domingo, 7 de abril de 2013

Ipanema


Ipanema adorada, que saudades de Ti,
Quantos amores esquecidos em tuas areias
Quanto amores amados em tuas areias,
Quantos pores-do-sol, quantos aplausos
Quanta bossa nova não escuto mais,
Nem mesmo no balanço do mar...

Ipanema passada, que saudades de Ti,
Rodrigo não voltou mais, tá no frio,
De vez em quando ele aparece
E traz os rebentos... pena, muita pena,
Que eles não possam te conhecer
Como nós conhecemos, iriam amar...

Ipanema ensolarada, que saudades Ti,
O tempo virou demais esses anos,
Nem voce se reconhece mais né?!
Aqueles meninos, cresceram já, todos,
Alguns se foram de vez, do mundo,
Se foram pra não mais voltar...

Ipanema estrelada, que saudades de Ti,
O vento noturno anda fraco, debil,
Já não se dorme em suas areias,
É perigoso demais, e caro também,
O mate ta quente, a limonada azeda,
Nem o Biscoito Globo dá pra pagar...

Ipanema idolatrada, que saudades de Ti,
O coqueirão tá lá ainda, o frescobol e as altinhas...
Ainda falamos as ruas pela metade,
Aníbal, Garcia, Vinicius, Nem todas,
Joana Angélica e Maria Quitéria, exceções,
Alguns teatros ainda dá pra visitar...

Ipanema endiabrada, que saudades de Ti,
O Cinema Novo envelheceu, morreu,
Não tem mais píer, pra mim nunca teve...
O surfe ainda rola, mas são outros garotos,
Esses não usam a cabeça, só o bolso,
Ficou esquisito se identificar...

Ipanema, que saudades de Ti,
Esse ano o Rodrigo volta,
Eu e o Barril vamos levá-lo aí,
Ele mudou tanto quanto você,
Mas como você, mesmo diferente, é o mesmo,
E nesse reencontro os dois vão chorar...