segunda-feira, 29 de julho de 2013

Luar

De nada mais adianta hoje,
Não se fala dele assim, como antes
Não se olha mais para o céu
Não se espera amor dos amantes...

Não se nasce há mais que uma vida
Não se vira estrela, nem pó
Não se é nada, não se é tudo
Hoje só há quem viva só...

Não se desconfia da verdade,
Sequer de uma absoluta
Não se questiona a existência,
Hoje não há quem se resoluta...

Me faltam as palavras tenras,
As palavras ferozes,
Me falta tanto do povo,
Me faltam suas vozes...

Sua voz, seu rosnado, seu uivo
Me falta ver de novo seu olhar,
Serei até o fim de sua alcateia
Guitarra erguida, ao luar...

Brasileiro nato, hoje eu só mato,
Transporte publico, escola, desnutrição
Hoje já nem adianta mais

Ser o primeiro de nenhuma procissão...