Mãe

Problemas que vêm e vão,
Sem arbítrio do próprio destino
Trabalho, aluguel, prestação
E a Mãe... te chama minino

Amores acabados, corações partidos
Lágrimas que não secam, persistentes
Separação, divórcio, voto vencido
E a Mãe... um colo conveniente

A distância aumenta a cada passo dado
Às vezes são léguas nos separando
O futuro chega, e sem ser convidado
E a Mãe... onde for, esperando

Ah se eu pudesse, quando, escolheria
O que escolher, de tudo, dentre
E mesmo assim, mesmo, não conseguiria,
Por toda minha vida, a Mãe, me carregou no ventre.

O amor tem dessas coisas,
Um daqui, outro dali, corpos juntos...
As vezes corpos iguais.

Corpos juntos, sem vergonha,
Sem medo, sem insegurança...
São corpos que são mais.

A amor tem dessas coisas,
Tesão, paixão, sacanagem...
Tudo que o gozo traz.

O gozo traz, felicidade,
Faz o Homem criança...
No encontro com a paz.

Tem dessas coisas o amor,
Não necessitar mais do que si...
E sem si, não se faz.

Mas em si se melhora,
Não precisa de esperança...
Deixa o Mundo para trás.