quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Deixa, amor! (Paulinho Cerezo)

Deixa, amor! (Paulinho Cerezo)


Amor,
Vamos esquecer da poesia?
Sente o cheiro da maresia,
Bebe esse copo n'um gole,
Corre na chuva comigo,
Mas deixe p'ra lá os versos!

Contigo sonho também,
Sonho muito,
Mas vivo mais,
- e vivo bem!
Deixa o sol molhar
Nossa camisa,
Nos acordar com a sua luz,
Dá-me um sorriso,
Mas larga mão dos poemas!

Não te quero no papel,
Nem há o que não te diga.
Com a pena na mão
Já menti muito
(O poeta é um fingidor,
Não lembras disso?).

Às letras, não,
Não lhes dê bola!,
Que, contigo,
Meus olhos dizem mais
- e melhor.

3 comentários:

  1. boa a vera... esqueça a poesia... fingir pra que?

    irado!

    ResponderExcluir
  2. Pois é, tem horas que ela é desnecessária!

    ResponderExcluir
  3. O pragmatismo do amor prosaico (???). "Qual metafísica, qual nada./O que há de metafísica naquela árvore ?" satirizou o poeta. Poeta mesmo, não a gente.

    ResponderExcluir