terça-feira, 6 de novembro de 2012

A quem espera (Paulinho Cerezo)


A quem espera (Paulinho Cerezo)


Há sempre dias de ar retraído,
Desejosos em inocente candura:
Que, de toda a nossa doçura,
O âmago não tenha se esvaído.

Se, em acesso alheio de loucura,
Formos dignos de sermos queridos,
E nossos apelos, então, atendidos,
Fizerem dos sonhos terma procura:

Estejamos prontos, e não aturdidos,
Livres, de impedimentos despidos,
E de amor-próprio tenhamos fartura;

Que se encarregue de nós a ternura,
Afastando, assim, toda a agrura,
E sejamos, enfim, de amor embebidos!

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