Fuga (Rafael França)
Fujo, como o diabo da cruz
De ventos fortes, ventanias
Escondo-me na saia de mãe
Tremendo, sem pingo de valentia
Acovardo-me no escuro
Sem calor ou proteção
Evito contatos maiores
Não preciso revelação
Do mar, mantenho-me seco
O sal me afasta do rir
Ofego toda a respiração
Nem cheiro quero sentir
Não subo, não desço
Com passos curtos ando
Não pulo, não abaixo
Não tento, nem a mando
Não abuso da saúde
Tampouco da pouca sorte
Não desafio o tempo
Mas são olhos nos olhos da morte
A melhor forma de prepararmo-nos para a morte é viver. E tenho dito ...
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