sábado, 17 de agosto de 2013

Sem

Sem Ipanema não se vive,
Não se vive sem seus clichês
Seus meninos – e suas pranchas – no mar
Suas garotas – e seu ir e vir – nas areias, a balançar
Corpos dourados, mate-limão e biscoito globo
Ver teatro, ver cinema, bossa... Tudo novo
Vinícius - ainda - conjugando o verbo ‘amar’

Sem a Lapa não se vive,
Não se vive com porquês,
Suas festas, suas putas
Seus bordéis e prostitutas
E as meninas e os bacanais
A pinga e a cerveja
Os meninos bêbados – que a mãe não veja,
E os homens – sempre – bêbados, pedindo mais...

Sem o Centro não se vive,
Não se vive sem dinheiro
Moto-boys e loterias
Happy-hours, horas de alegria
Os casados, broncas eventuais
Trabalhadores apressados,
Inferninhos, trabalhadores atrasados
Executivos, pivetes e bancas de jornais

Sem Madureira não se vive
Não se vive sem gente humilde
Cadeira na calçada, chutar latinha
Pipa, peão, pular amarelinha
Correr atrás de “Cosme e Damião”
As mulatas descendo a favela
O Samba e o choro... A Portela
Padrinhos, feijoada, todos sentados no chão

Sem a Federal não se vive
Não se vive sem saudade
Quinto andar, amores escondidos
Sem Peter, os garotos tão perdidos
Pindureta e carne de sol
Itaipava a um e quarenta
Na quinta, Brahma!, não esquenta,

Pular o muro pro futebol

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