terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Selvagem

Deus, o Poeta primeiro
Poeta de almas, terras e mares,
De condores nos ares
Criou a alvorada, dia que começa
E o poente, vida que termina
Ipanema e suas garotas
Ajudou a criar as minissaias
Criador do futebol,
O Maraca, as torcidas e vaias,
Fla-Flus memoráveis
Me pergunto, que diria a Ele,
Vinicius, amante doloroso
Morto em seu próprio apaixonar-se
Drummond, mineiro vigoroso
Componente da paisagem,
E que paisagem, que paisagem...
O Diabo, praia infame
Era tão grande quando eu pequeno
Tantos amores, tantas dores, tantos poemas,
Que ficou pequena quando eu grande
E essa brisa violenta de tempo virado,
Convite para um mergulho,
Um banho de mar,
Um banho de amar,
Todas as garotas,
Todos os dias passados...
E que diriam os Astronautas,
Se tivessem visto primeiro,
Meu Rio de Janeiro,
Teriam Nazcas, Machus Picchus,
Gizés e belezas mais existido?
Fato é, teriam eles desistido!
Com esse sol, esse mar, essas minissaias
Pecariam, como peco eu.
Por vadiagem...

Deus, o poeta ultimo,
Que depois da minha ultima expiração
De todas ultimas expirações
Reescreverá tudo...
Vinicius, doeria eternamente...
Pilatos não lavaria as mãos...
Talvez mudasse tudo, ou quase tudo...
Não mudaria o Dois Irmãos,
Sim Pilatos suas mãos lavaria,
Que outra maneira o Redentor
Abraçaria a Guanabara?
Os astronautas não nos teriam deixado,
Tomariam água de coco...
E o Verão eterno da Cidade,
Não castigaria!
Apagaria um verso aqui,
Mudava uma palavra ali,
Uma letrinha acolá...
Teriam mais dias o Carnaval,
Mais folia menos labor,
Mais paixão e muito mais amor...
E com mais sol, mais mar e mais minissaias,
E anjinhas e diabinhas e noivinhas e abelhinhas
E colombinas...
Todos viveriam, como vivo eu...

Selvagem.

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