Tu és o objeto de minha paixão, embora não me tenhas em tão
alta conta quanto eu a ti. Não é culpa tua, sei bem. Não és dona do teu
caminho, estás a mercê de quem te usas como ostentação. O ciúme e o asco de te
ver como o par perfeito na frente do povo enquanto sei que sofres violências na
intimidade! Está cada vez mais difícil esconder teus olhos escurecidos, tua
superfície machucada... Eu sei que tu choras. És esposa de todos os malandros
que tu mesmo pariste, os bons e os maus.
Conheço tuas maravilhas, canto tua vida com amor
adolescente. Não nego rápidos romances com outras quando me afasto de ti,
afinal tu mesmo me expulsas. Mas sempre volto saudoso de tuas curvas, das tuas
palavras e de teus amantes. Não encontro lá a cumplicidade que me ofereces nos
lugares em que não estás sob a vigilância militar dos teus execráveis donos,
nem sob o desfrute de quem diz te amar sem te conhecer como eu. Não passam de
bobos.
Muitos sóis vi se por junto a ti, mas foram os que vi nascer
que cultivaram o amor que ora sinto. Não dê outra chance a ele, escuta quem de
fato te ama. Escuta quem completa tuas maravilhas naturais, escuta quem tem em
ti o pão e o circo. Escuta a ti mesmo, Rio de Janeiro.
Porra muleque, genial... essa cidade transborda uma tristea que só o sol nascendo consegue maquiar mesmo... e amá-la já não dá pra ser uma escolha... do caralho...
ResponderExcluirMuito bom, Cidão, me amarrei.
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