terça-feira, 1 de abril de 2014

Soneto de Abandono

E de repente, como quem adormeceu por uns instantes
Me vejo sozinho, abandonado no meio de uma infinita
Estrada, sem sinalização, um sem direção constante
Que a minha existência – desde o princípio – limita

Como posso sair daqui ileso? Como, sem arranhão?
Me consome a lembrança de dias claros e amenos
Em que felicidade era companhia, e na amplidão
Dos sentimentos, éramos completos, nada menos.

Agora, maltrapilho de tanta andança sem fim
Atrás de um dia passado que me dava tanto prazer
Me sinto vazio, sem norte, sem alma, sem mim

E assim, deixa de ser uma dádiva o viver...
Penso na Morte como solução para o que não tenho mais,
E abandonado, nu e à mercê, só seu beijo frio me dá paz.

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