Como por um triste acaso
Nasceu ali, naquela colina
Quem, sem sair do lugar,
Sem virar, ao menos, uma esquina
Mudou o mundo, mudou tudo
Naquele topo de terra
Com os olhos castigados
Enxergava além, pensava além,
E com olhos marejados
Mudou o mundo, mudou tudo
Chamaram-lhe de tolo
Queixaram-se por despeito
Não perceberam
O que por fim havia feito
Mudou o mundo, mudou tudo
O Sol que todo dia via nascer
O mesmo Sol de todo dia a se pôr
Ensinou-lhe a ter alma
Algo perdido nesse mundo de dor
Mudou o mundo, mudou tudo
Não entendiam o por quê
Nunca saiu, Nunca desceu
Não entendiam o valor
De um homem ter o que é seu
Mudou o mundo, mudou tudo
Perguntaram-lhe por vezes
Inumeras, o por que dessa prisão
O por que do auto exílio
A resposta nunca mudou, o coração
Mudou o mundo, mudou tudo
Naquela colina, ele nasceu,
Cresceu e acabou morrendo
Ali, sem remorso algum
O Tolo morreu aprendendo
Mudou o mundo, mudou tudo
Que para mudar o mundo
Para não sentir tanta dor
Tem-se que se entregar
Vê-lo e senti-lo girar em seu esplendor
E a resposta a pergunta de todos
Jamais haveria de mudar
Conhece o mundo, conhece a si mesmo
E só assim poderá, de verdade, amar.
E, mudou seu próprio mundo, mudou seu próprio tudo.
Rafael França, 26/09/2012