quinta-feira, 13 de setembro de 2012
La Fée Verte
Oh! Musa irresponsável
Fada dos meus delírios
Que me consome sem culpa
Como inocente satírio
Em quantos goles me leva
Para as partes obscuras
Dos corpos, mentes, almas
Vidas perdidas, imaturas
Não me nego, não me esgueiro
Do beijo letal, letárgico
Que me dá, sem mínimo pudor
Como as damas do bailarico
Sucumbo a vós, ó, infiel
Dona de todos os auspícios
Sem sua doce e quente luxúria
Que me cativem num hospício
Sem a liberdade de seu amor
Sem o beijo de seu frasco
Não posso imaginar o viver
Sem que me seja carrasco
De que me vale, ó, cruel
Sem a boemia do teu odor
Alucinar de coisa mais
Que não seja o puro sabor
De cada sedução de minha pena
És tu a única culpada
E cada passo dado à miséria
Te rogo minha praga
Por fim, regresse-me além
De tudo que meus olhos viram
Deite-me então em suas ervas
Que meus sonhos traduziram
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