Se uma única vez me negas seu olhar
Me desespero, me afogo em prantos
Se palavras já não me queres dar
Me sangro e puno em espinhos tantos
Me arrasto a seus pés, sem vergonha
Faço cena, rolo esperneio e grito,
Por mínima atenção, por um gesto
Por um "_ pare, não volto, está dito."
Me mata mais a indiferença que a certeza
De que dor e dor e dor virão me assombrar
De que teria de viver mendigo de tua beleza
Não aguento ver-te sem saber como será
Se à noite serás minha ou se usarás véu
Se queimarei no inferno ou gozarei no céu.
segunda-feira, 24 de março de 2014
domingo, 23 de março de 2014
São
Eu que já fui dono de mim mesmo
Te sigo tal animal domesticado
Possuído por sua existência
O que não é você, não vale o pecado
Tudo antes saboroso, não tem sabor
Tudo antes instigante, não excitam
Tudo que antes era esplendor,
Até o céu, meus olhos evitam
O peito que antes vigoroso
Não bate, não batuca, não...
Não há dia sem ti que haja gozo
Sem o que é vocé, não me espere são...
Te necessito embaixo da pele fria
Pra nela ter calor, nela ter alegria.
Te sigo tal animal domesticado
Possuído por sua existência
O que não é você, não vale o pecado
Tudo antes saboroso, não tem sabor
Tudo antes instigante, não excitam
Tudo que antes era esplendor,
Até o céu, meus olhos evitam
O peito que antes vigoroso
Não bate, não batuca, não...
Não há dia sem ti que haja gozo
Sem o que é vocé, não me espere são...
Te necessito embaixo da pele fria
Pra nela ter calor, nela ter alegria.
sábado, 22 de março de 2014
Sem medo
O que eu tenho que fazer, me diz,
O que eu preciso pra você me acreditar?
Me desfazer de novo, me desfazer mais?
O que, me diz, procê perder o medo de amar!
Não me diga que não há nada a fazer
_ Me ame! Nos meus olhos olhando, me diz.
Te amarei, como nunca amou alguém
Qualquer poeta, eterno aprendiz.
E te amando e me desfazendo
E me rasgando e remoendo
Seus desejos executo sem pudor
Você me amando e me refazendo
Me remontando e reerguendo
Terás perdido o medo, sem dor.
O que eu preciso pra você me acreditar?
Me desfazer de novo, me desfazer mais?
O que, me diz, procê perder o medo de amar!
Não me diga que não há nada a fazer
_ Me ame! Nos meus olhos olhando, me diz.
Te amarei, como nunca amou alguém
Qualquer poeta, eterno aprendiz.
E te amando e me desfazendo
E me rasgando e remoendo
Seus desejos executo sem pudor
Você me amando e me refazendo
Me remontando e reerguendo
Terás perdido o medo, sem dor.
sexta-feira, 21 de março de 2014
Soneto de Ausência
Já são incontroláveis as palpitações
Minha condição cardíaca me condena
A um triste fim a cada ausência sua
A cada ausência sou um ser digno de pena
Me afogo, diariamente, atrás da Sirena
Que, à noite, me canta aos ouvidos
E nesse momento, a Morte serena,
Ri de mim, me nega os pedidos
Se não vai me levar, que abra meu peito,
A falta de minha morena, queima meu leito,
Pesa em minhas costas e me desfia o fado
Assim, vivo ou morto, sem o coração
Seguem os dias sem dor, sem provação
E mesmo assim, ainda me falta o ser amado
Minha condição cardíaca me condena
A um triste fim a cada ausência sua
A cada ausência sou um ser digno de pena
Me afogo, diariamente, atrás da Sirena
Que, à noite, me canta aos ouvidos
E nesse momento, a Morte serena,
Ri de mim, me nega os pedidos
Se não vai me levar, que abra meu peito,
A falta de minha morena, queima meu leito,
Pesa em minhas costas e me desfia o fado
Assim, vivo ou morto, sem o coração
Seguem os dias sem dor, sem provação
E mesmo assim, ainda me falta o ser amado
Soneto de Distância
Um dia a mais sem sua presença
Ao meu lado. Dores... quantas
Passo quando és indiferença
És minha doença. Dores... tantas!
Recluso do viver, esqueço o mundo
Se nele tu não hás, ele nada me vale
Sem ti sigo vadio, il cuore vagabondo
E grito! Sem ti, nada há que me cale
A fragilidade que me causa a distância
faz do reencontro uma urgência
sem o qual minha alma solitária
Perdida em seu próprio pesar
Passaria a eternidade em carência
De algum dia te poder beijar
Ao meu lado. Dores... quantas
Passo quando és indiferença
És minha doença. Dores... tantas!
Recluso do viver, esqueço o mundo
Se nele tu não hás, ele nada me vale
Sem ti sigo vadio, il cuore vagabondo
E grito! Sem ti, nada há que me cale
A fragilidade que me causa a distância
faz do reencontro uma urgência
sem o qual minha alma solitária
Perdida em seu próprio pesar
Passaria a eternidade em carência
De algum dia te poder beijar
segunda-feira, 17 de março de 2014
Costela
Tão logo notei o que tens,
Tens tudo que vejo em mim
Limites poucos, amor de muito
Aventurança sem fim
Tão logo, és o que sou
Entregue, peito em desatino
Por si mesma, por nós,
Menina de seu menino
Por tanta pele em comum
Por que de dois existe um
Por onde há porta fechada pula a janela
Penso que igual não hei de encontrar
Com tanto beijo, tanto para se amar
Pergunto: não serei eu, mulher, feito de sua costela?
Tens tudo que vejo em mim
Limites poucos, amor de muito
Aventurança sem fim
Tão logo, és o que sou
Entregue, peito em desatino
Por si mesma, por nós,
Menina de seu menino
Por tanta pele em comum
Por que de dois existe um
Por onde há porta fechada pula a janela
Penso que igual não hei de encontrar
Com tanto beijo, tanto para se amar
Pergunto: não serei eu, mulher, feito de sua costela?
sábado, 15 de março de 2014
Sentimento do mundo
Trago em mim, tantas dores do cotidiano
Arrastado, acabrunhado, desgastado
Como quem morreu no meio do caminho
Maltratado, esfolado, enterrado
Sentimento que não me deixa viver
Acabado, afogado, colapsado
Me pergunto quando viria a solução
Retardado, estragado, aviltado
Corroído por momentos de separação
Podem que sejam minutos ou segundos
Eterna angústia, espera por reparação
Nunca se acaba essa triste realidade
E não perdoa o poeta, coração vagabundo
Sentimento reduzido à palavra: Saudade.
Arrastado, acabrunhado, desgastado
Como quem morreu no meio do caminho
Maltratado, esfolado, enterrado
Sentimento que não me deixa viver
Acabado, afogado, colapsado
Me pergunto quando viria a solução
Retardado, estragado, aviltado
Corroído por momentos de separação
Podem que sejam minutos ou segundos
Eterna angústia, espera por reparação
Nunca se acaba essa triste realidade
E não perdoa o poeta, coração vagabundo
Sentimento reduzido à palavra: Saudade.
sexta-feira, 14 de março de 2014
“Se eu tivesse mais alma para dar
Eu daria, isso pra mim é viver” (Linha do Equador, Caetano Veloso e Djavan)
E sei bem pra quem daria minha alma.
Pra quem tivesse sonhos tantos
Como são os meus, arrebatadores!
Quem jamais escondesse gota de pranto
Minha alma seria acompanhante
De outra tão serena que só amasse
Sem pensar no ontem ou amanhã
E que nunca num corpo se escondesse
E com a alma dada, meu corpo para que serviria?
Seria pra carregar essa alma sem compromisso
De qualquer resultado, para a outra alma que viria
E as almas juntas brincalhonas e sem limites
Seriam amantes, ardentes e sem juízo
Por quanto tempo ainda houvesse apetite...
Eu daria, isso pra mim é viver” (Linha do Equador, Caetano Veloso e Djavan)
E sei bem pra quem daria minha alma.
Pra quem tivesse sonhos tantos
Como são os meus, arrebatadores!
Quem jamais escondesse gota de pranto
Minha alma seria acompanhante
De outra tão serena que só amasse
Sem pensar no ontem ou amanhã
E que nunca num corpo se escondesse
E com a alma dada, meu corpo para que serviria?
Seria pra carregar essa alma sem compromisso
De qualquer resultado, para a outra alma que viria
E as almas juntas brincalhonas e sem limites
Seriam amantes, ardentes e sem juízo
Por quanto tempo ainda houvesse apetite...
Poeminha
E no meio de tanta paixão
Querer estar sempre por perto
Apareceu, de dentro, um amor
Querer... para sempre.
Um menino
Não sou homem, sou menino
Guardo comigo todas as travessuras
Ha tanto forcadas ao esquecimento
Sou menino, não sou homem
Não sou homem, sou menino
Quando homem, quantas agruras
Quando menino, atrevimento
Sou menino, não sou homem
E como menino, não há
amanhã
E tanto fascínio, me tira a razão
E vamos deitar somente
quando é manhã
E juntos em sonos bem-aventurados
Sonhos de esgotar batimentos do coração
O menino acorda se sabendo amado...
quinta-feira, 13 de março de 2014
Cinco dias
Sim, existem os amores com cinco dias
Sem vergonha digo aos descrentes
Existem em seu próprio tempo
E são como a Lua, divina em crescente
Não se mensuram por tantas bodas
Mas como o Sol, por temperatura
Como as missas, não se medem pelo Domingo
Mas, pelos domingueiros, sua fé dura!
E tão logo esses me contestam
Pergunto: E Romeu? e Julieta?
Todos os descrentes desesperam
Maior amor vivido, disse o poeta
Corpo
Em sua pele, escrevo nossa história
Como se fosse toda minha, cada pedaço
Entre poemas, musicas e frases feitas
Retalhos de momentos em seu espaço
Em seu corpo deito minha felicidade
Como se fosse todo meu, cada bocado
Entre olhos, boca, joelhos e ombrinhos
Em forma de beijos, deixo meus pecados
Em seus seios busco a redenção
Entre suores, sonhos e intenção
Sem nenhum pudor perco o siso
E em seu sexo escondo meus vícios
Entre toques, línguas e lábios
Entre choros, gritos e sorrisos
quarta-feira, 12 de março de 2014
Revoada
E chega o dia do meu desespero
Em que com meu coração à fora
Não tenho mais quem o pegue
Só dor e solidão e perdição agora
Se apagou uma luz nesse mundo
No escuro meu interior dá um nó
E no que ontem era puro fogo
Hoje são espalhadas cinzas e pó
Mas nem tudo é perdido
Pra quem sempre viveu sem norte
Já sei o que me guarda a sorte
Tá combinado, corramos perigo
Como a ave atrevida, a ave ousada
Das cinzas sai o Amor em revoada
Em que com meu coração à fora
Não tenho mais quem o pegue
Só dor e solidão e perdição agora
Se apagou uma luz nesse mundo
No escuro meu interior dá um nó
E no que ontem era puro fogo
Hoje são espalhadas cinzas e pó
Mas nem tudo é perdido
Pra quem sempre viveu sem norte
Já sei o que me guarda a sorte
Tá combinado, corramos perigo
Como a ave atrevida, a ave ousada
Das cinzas sai o Amor em revoada
Alma vazia
E ainda tem essa cama vazia
Que me tortura a todo anoitecer
Que me tortura a cada amanhecer
É jardim sem flor
Uma cama sem teu cheiro
Uma cama sem teu toque
Uma cama vazia sem felicidade
É cama vazia sem amor
É alma (minha) vazia...
Que me tortura a todo anoitecer
Que me tortura a cada amanhecer
É jardim sem flor
Uma cama sem teu cheiro
Uma cama sem teu toque
Uma cama vazia sem felicidade
É cama vazia sem amor
É alma (minha) vazia...
Prazeres
Merece uma salva de palmas,
Esse seu corpo. Nu, de preferência.
E todo esse amor que lhe transborda
Não merece nenhuma abstinência
Merece em sua boca, o gosto,
Da minha paixão. Sempre nua.
E se lhe escorre sem controle,
Abandone sua menina ingênua.
Use-se, use-me, usa-nos...
Vire noites seus lábios mordendo
Meu cabelos puxando, morrendo!
Use-se, use-me, usa-nos...
Abra seus olhos, menina fogosa
Deixe sair a menina que goza!
Esse seu corpo. Nu, de preferência.
E todo esse amor que lhe transborda
Não merece nenhuma abstinência
Merece em sua boca, o gosto,
Da minha paixão. Sempre nua.
E se lhe escorre sem controle,
Abandone sua menina ingênua.
Use-se, use-me, usa-nos...
Vire noites seus lábios mordendo
Meu cabelos puxando, morrendo!
Use-se, use-me, usa-nos...
Abra seus olhos, menina fogosa
Deixe sair a menina que goza!
segunda-feira, 10 de março de 2014
Desbotado
Que dia, lento e tedioso
Acordar e se separar do amor
Mesmo que por momentos
Deixa flores desbotadas, sem cor
E sem cor não se vive
Sem cor, o corpo não se alegra,
E sem corpo alegre, Bem,
A mente não sossega
O que fazer nessa dura realidade?
O que fazer para recuperar tempo perdido?
Que fazer para nao correr mais perigo?
Eu iria até pra Bangu, atravessaria a cidade...
Só por um pouco de sossego, um prazer indecente
De, em certos olhos, ver o mundo colorido novamente
Acordar e se separar do amor
Mesmo que por momentos
Deixa flores desbotadas, sem cor
E sem cor não se vive
Sem cor, o corpo não se alegra,
E sem corpo alegre, Bem,
A mente não sossega
O que fazer nessa dura realidade?
O que fazer para recuperar tempo perdido?
Que fazer para nao correr mais perigo?
Eu iria até pra Bangu, atravessaria a cidade...
Só por um pouco de sossego, um prazer indecente
De, em certos olhos, ver o mundo colorido novamente
Olha pra mim
Olha pra mim, que os medinhos se tenham acabado
Que seu peito bata cada vez mais forte
E o nosso tempo te traga a paz
Olha pra mim, vê! Que amar é bom,
Não importam nossos tantos carnavais
Olha pra mim, antes que caia a noite
Não teremos recordações que não sejam amar
Entre os lençóis, nossos dias se apagarão
E me deixando dominar seus sentidos
Olha pra mim, nunca mais me diga não!
E quão mais tarde durmamos
Entre beijos e olhares e prazeres
No calor eterno de nossa cama
Paro, respiro (suspiro) e clamo:
_ Olha pra mim, diz que me ama!
Que seu peito bata cada vez mais forte
E o nosso tempo te traga a paz
Olha pra mim, vê! Que amar é bom,
Não importam nossos tantos carnavais
Olha pra mim, antes que caia a noite
Não teremos recordações que não sejam amar
Entre os lençóis, nossos dias se apagarão
E me deixando dominar seus sentidos
Olha pra mim, nunca mais me diga não!
E quão mais tarde durmamos
Entre beijos e olhares e prazeres
No calor eterno de nossa cama
Paro, respiro (suspiro) e clamo:
_ Olha pra mim, diz que me ama!
domingo, 9 de março de 2014
Tamborim 2
Apenas uma tamborinista
Me diz ela com ar despretencioso
Lhe digo de volta mas é minha
E nao tenho bem mais precioso
Me sobe a espinha sua presença
Ao mero começo de batucada
Meu corpo tremendo sem vontade
Me enche de paixão ritmada
E se, a cada toque de seu tamborim
Minha paz é roubada
Como posso viver assim?
Teria que tê-la sem parar
Fazendo-a se sentir amada
É a mim que a tamborinista vai amar
Me diz ela com ar despretencioso
Lhe digo de volta mas é minha
E nao tenho bem mais precioso
Me sobe a espinha sua presença
Ao mero começo de batucada
Meu corpo tremendo sem vontade
Me enche de paixão ritmada
E se, a cada toque de seu tamborim
Minha paz é roubada
Como posso viver assim?
Teria que tê-la sem parar
Fazendo-a se sentir amada
É a mim que a tamborinista vai amar
quinta-feira, 6 de março de 2014
Voltando
Tristeza, tristeza, tristeza
À casa torno, para baixo olhando
Ao poder ver-te, me somem possibilidades
E sigo as regras, mas sigo chorando
Pensei em voltar a ser irresponsável
Como há muito não era
Pensei em chutar o balde
Dizer que comigo é a vera
E que sabendo onde vai se meter
Se entrega ou não, podes escolher
Mas saiba que teu futuro definirá
Se deixar, de mim não escapará
Ao meu lado se sentirá realizada
Ou nunca será amada
À casa torno, para baixo olhando
Ao poder ver-te, me somem possibilidades
E sigo as regras, mas sigo chorando
Pensei em voltar a ser irresponsável
Como há muito não era
Pensei em chutar o balde
Dizer que comigo é a vera
E que sabendo onde vai se meter
Se entrega ou não, podes escolher
Mas saiba que teu futuro definirá
Se deixar, de mim não escapará
Ao meu lado se sentirá realizada
Ou nunca será amada
quarta-feira, 5 de março de 2014
Soneto de Quarta-feira de Cinzas
Dormir nunca foi tão difícil
Desde que a quarta-feira de cinzas chegou
Que não durmo sequer um minuto
O surdo batimento de meu peito minguou
Me traz a quarta-feira de cinzas um tanto
De tristeza, por tantas realizações
Por ter pulado o Carnaval como Louco,
Arlequim maroto conquistador de corações
E aí, chega essa quarta-feira tão ingrata,
Que sem a festa da carne não existiria
E que todos meus puros sonhos acaba
Já sem Colombina, fugidia, efêmera, sem igual
A quarta-feira de cinzas me transforma
De Arlequim em Pierrot, palhaço triste do Carnaval
A Quarta-feira
Esse
é o dia triste. Não me importa quantas quartas-feiras existam por ano, pagam as
justas pelas pecadoras e por causa de certa quarta-feira cruel todas as outras
eu vejo com maus olhos. A quarta-feira de cinzas. Ela difama as outras quartas-feiras.
E não é por menos.
O
brasileiro passa o ano ralando, correndo atrás do tempo perdido, tentando
galgar seu lugar no mundo, seu objetivo, sua realização. E nesse meio tempo a
velha paradinha para respirar e descansar um pouco antes de voltar à correria
torpe do cotidiano passa a ter uma importância fundamental, redistribuir as
energias e reorganizar os pensamentos. Essa paradinha se chama Carnaval. E além
de querida, é estupidamente necessária para a boa ordem de qualquer cabeça.
No
carnaval se joga tudo para o alto, o país não funciona, a vida não funciona.
Tudo se resume em pular o carnaval, cair dentro da folia – como bem mandou o
Rei - e esquecer o resto do ano. Dor de cabeça? Contas e dívidas? Doenças?
Tristeza? Saudade? Que nada...
Toma
um comprimido de Cordão da Bola Preta e a dor de cabeça sumiu. Investe no Bloco
do Barbas e a riqueza aparece, mesmo que de batom e colar de havaiana. Faz-se
um tratamento no CTI do Sambódromo e já se está como novo. Tristeza não se cria
na folia, e saudade? Só se for do carnaval passado e da colombina sumida.
Mas,
como tudo que é bom acaba, essa paradinha também tem seu fim, e a quarta-feira
de cinzas dá aquele banho de água fria.
Ela
já chega com um gosto amargo de xarope de tosse de antigamente (de antigamente
sim, pois hoje está tudo mudado, até o mertiolate já parou de arder). Já chega
como a meia noite da Cinderela transformando tudo e todos em abóbora,
destruindo prazeres, pesando no ombro, meu Deus, devolvendo as olheiras. Ela
traz consigo o estandarte da solidão, o estigma do vazio, a bandeira do
cotidiano.
Eu
odeio a quarta-feira de cinzas. Odeio não, odiar é muito forte. Se o Carnaval
não houvesse, não existiria a quarta-feira de cinzas, sendo ela uma prova
irrefutável que os dias anteriores foram extasiantes. Então o que? Então a
quarta-feira de cinzas é o dia triste. É o dia do fim dos tempos, o início do
ano letivo, do ano de trabalho. E a partir de então toda quarta feira me faz
lembrar da quarta-feira de cinzas, e em todas elas eu me acabo de chorar.
Fantasia de Carnaval
Na condição de poeta, minto
Finjo que minto para me sentir melhor
E transformo meu amor em seu amor
Jogando para ti tudo que sinto
Assim, te ganho, melhor, eu ganho!
Deixo de estar sozinho nessa situação
Te ponho a pensar com o coração
Me vendo com amor tamanho
E agora que te encantas tu comigo
Meus versos posso descansar
Que já cansados, não oferecem perigo
E de seu encantamento não tenho defesa
Então podemos deitar e rolar (e amar)
E, por toda a noite, serás tu minha presa.
Finjo que minto para me sentir melhor
E transformo meu amor em seu amor
Jogando para ti tudo que sinto
Assim, te ganho, melhor, eu ganho!
Deixo de estar sozinho nessa situação
Te ponho a pensar com o coração
Me vendo com amor tamanho
E agora que te encantas tu comigo
Meus versos posso descansar
Que já cansados, não oferecem perigo
E de seu encantamento não tenho defesa
Então podemos deitar e rolar (e amar)
E, por toda a noite, serás tu minha presa.
terça-feira, 4 de março de 2014
Tamborim
Como a olho, olhar de fome
Não consigo disfarçar
Se digo, que a quero amar...
Como? Sequer digo meu nome.
Mas é tanta minha vontade
que os lábios se abrem sem fim
E o coração é tal qual seu tamborim,
Que te entrega toda a verdade
Já não sais do meu pensamento
Que tanto, tantos ritmos me despertam
Do sono justo de meu merecimento
Me dá igual, dormindo ou acordado
A ti ambos me levam,
Só não quero meu amor negado!
Não consigo disfarçar
Se digo, que a quero amar...
Como? Sequer digo meu nome.
Mas é tanta minha vontade
que os lábios se abrem sem fim
E o coração é tal qual seu tamborim,
Que te entrega toda a verdade
Já não sais do meu pensamento
Que tanto, tantos ritmos me despertam
Do sono justo de meu merecimento
Me dá igual, dormindo ou acordado
A ti ambos me levam,
Só não quero meu amor negado!
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